Se você ficou com preguiça de ler os outros textos (Cuidado com a lógica,
Debate e Aquilo que é), não se preocupe : aqui trago um resumo bem básico do que
tratei neles. E quem sabe você não resolve lê-los agora, aprofundando suas reflexões
sobre essas premissas tão importantes para os debates azedos, amargos e,
sobretudo, estúpidos que inundam nossas redes sociais ?
Há três pontos sobre os quais eu gostaria que você pensasse (e eles são
desdobrados em cada um dos textos anteriores nesta mesma sequência) :
1º – A lógica não legitima um discurso. As maiores baboseiras e falácias podem ser
estruturadas a partir da lógica mais impecável. Cuidado com a lógica!
2º – Vencer uma argumentação também não prova nada. Há manobras mais ou
menos sutis para se vencer um discurso sem qualquer compromisso com a verdade.
Há quem as use deliberadamente e há quem, mesmo as desconhecendo, delas lança
mão o tempo todo. E, surpresa! Você também faz isso, tenha consciência ou não.
3º – Muito frequentemente, quando querem criticar uma ideia, as pessoas não partem
daquilo que é, mas tentam distorcer a realidade para que se amolde ao que elas
gostariam fosse. Eis uma das causas da enorme confusão que vemos em
praticamente todos as discussões travadas atualmente. Portanto, antes de criticar
algo, defina primeiramente o objeto da sua crítica com isenção de ânimo. Não torça a
realidade !
Esses probleminhas, tão velhos quanto a humanidade, estão umbilicalmente ligados
a um problema com o qual o direito se debate há milênios : aquilo que é (o ser) e
aquilo que deveria ser (o dever ser). Como e por que ? Ah, conto outro dia !
Dr. Aluísio Berezowski