Heródoto, no início de seu livro chamado “Histórias“, fala de Creso, rei da Lídia, e faz dele um interlocutor de Sólon, o grande legislador de Atenas, que afirma não poder dizer de Creso – mesmo no auge de sua prosperidade – que ele era o mais feliz dos homens : “Não se pode dizer de um homem que ele é feliz, enquanto ele não estiver morto.”
Mais tarde, depois de ser vencido pelos persas, Creso está a ponto de ser queimado vivo, quando grita 3 vezes o nome de Sólon. O vencedor da batalha, Ciro, pergunta por que e Creso conta o que Sólon lhe tinha dito. Ciro reflete então sobre sua própria fragilidade, em sua instável condição humana, e ordena que o outro não seja queimado.
Nessa história, temos o retrato de uma certa ligação de empatia entre essas figuras de seus erros tão humanos, peripécia patética.
Como tema de reflexão, não me parece pouca coisa.
Marly Peres
Marly N Peres