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Sistema mundo

Ligado ao tema do eurocentrismo, existe uma discussão bastante atual sobre a globalização e o capitalismo, sobretudo do ponto de vista de o capitalismo ser um processo europeu.

Na verdade, temos duas questões estreitamente ligadas, nessa discussão, mas distintas. A 1ª diz respeito à análise do sistema-mundo e às concepções do marxismo político, da transição do feudalismo ao capitalismo ; a 2 ª concerne à explicação do incremento da dominação ocidental.

No 1º capítulo de How the West Came to Rule (2015), Alexander Anievas e Kerem Nisancioglu analisam criticamente as explicações do marxismo político e de análise do sistema-mundo de Wallerstein, relativa à transição para o capitalismo e também a tão propalada dominação ocidental global.

O conceito de sistema mundo é de autoria do sociólogo Emmanuel Wallerstein. Segundo ele – em sua obra “The Modern World System” (3 volumes publicados em 1974, 1980 e 1989) há um único mundo conectado por uma rede complexa de relações de trocas econômicas, uma “economia mundo” baseada na acumulação do capital por agentes em concorrência – em primeiro lugar, os Estados, e depois outros atores, progressivamente.

Esse conceito, do pós-marxismo econômico – por sua vez tirado do conceito de economia mundo, inventado por Fernand Braudel – foi desenvolvido por Wallerstein, Giovanni Arrighi e Samir Amin. Ele afirma que o subdesenvolvimento dos países do hemisfério Sul deve-se a seu lugar na estrutura da ordem econômica internacional e considera que todos os países, estando globalizados e pertencendo a uma semiperiferia ou a uma periferia, fazem parte de um sistema mundo. As grandes potências da OCDE constituem o centro da economia-mundo e os países ditos em desenvolvimento se situam na periferia.

Marly N Peres