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Quanto mais se é louco, mais se é feliz

Quem poderia imaginar o sucesso que a afirmação do humanista holandês Erasmo
faria, na obra chamada justamente “O elogio da loucura” ?! Seguramente não ele
mesmo, que sabia que o próprio texto tinha sido escrito rapidamente, como uma
crítica para cutucar, em segundo grau, os costumes e abusos do seu tempo,
especialmente os do clero.

O elogio paradoxal da loucura, apresentada como garantia da felicidade, se
transforma em sátira das loucuras humanas. Louco, eis a verdadeira natureza do
Homem, senão a vida não seria possível de ser vivida.

Relegando a Razão a um cantinho da nossa cabeça, nós deixamos o caminho livre
ao desencadear de todas as paixões. O ser humano é o mais infeliz de todos os
animais, escreve Erasmo, porque é o único que não se contenta com seu destino
e tenta sair do círculo no qual a Natureza circunscreveu todas as suas
faculdades.

Marly Peres