Hermes é o Deus mensageiro do Olimpo, portanto representa a comunicação. Vejamos o 1º aspecto, o mais básico : o bastão é feito com madeira de oliveira, ou de loureiro, com 2 serpentes enroscadas e 2 asinhas no alto, figurando o próprio Hermes, o correio celeste.
O caduceu serve para curar as picadas de serpentes, eis porque duas delas o ornamentam.
Lembrando que as serpentes são animais sagrados na Antiguidade porque devoram ratos, inimigos da saúde. E elas simbolizam a astúcia, a prudência, a diplomacia. O que tem a ver com Métis, a Deusa que é mãe de Athena.
O bastão também é emblema da eloquência, da comunicação que mantém a concórdia (diplomacia) e as asinhas simbolizam a elegância e a sutileza da fala do orador, da arte da comunicação.
Esse culto às serpentes, a ofiolatria, é comum em todas as civilizações Antigas, sem nada de místico. Daí vem também a Ouroboros, a figura mitológica que engole a própria cauda.
Essa serpente representa o ciclo de evolução fechado sobre si mesmo.
Aí temos as ideias de movimento, de continuidade, de eterno retorno.
Temos ainda a conotação de paradoxo, nessa ideia de comer a própria cauda : a união da figura do círculo, representando o mundo celeste, e da serpente, representando o mundo terrestre. Por isso às vezes ela tem uma metade negra e a outra branca, dois princípios simbolicamente opostos.
Marly N Peres