Correntemente, a palavra quimera é sinônimo de sonho fantástico, fantasia, desejo difícil de se alcançar. Mas por que, de onde vem isso ? Da mitologia grega.
Ela é um dos monstros nascidos da união de Equidna (que significa víbora) e Tufão. Outro filho do horrendo casal é Cérbero, o cão de 3 cabeças que é guardião do mundo subterrâneo, o Hades.
Seu corpo é de cabra, a cabeça de leão e a cauda de dragão. Ela cospe fogo e devora quem passa por perto.
A Quimera é vencida por Belerofonte, que cavalga Pégaso, o cavalo alado. Ele consegue espetar a ponta de sua lança, onde ele tinha posto um pedaço de chumbo, no peito da Quimera e, com o calor das chamas lançadas pelo monstro, o chumbo derrete e a mata.
Esse combate de Belerofonte é arquétipo de muitos relatos e contos nos quais valentes cavaleiros montando um cavalo branco triunfam sobre monstrengos assustadores. Na Idade Média, a Quimera simboliza as tentações e os desejos irrealizáveis.
Na vida real, numa região sudoeste da atual Turquia (na época, Lícia) existe até hoje um local conhecido por seus fenômenos de gases combustíveis e que por causa disso estariam na origem do mito, que surgiu efetivamente ali.
Mesmo entre os Antigos a Quimera era considerada um símbolo do caráter vulcânico do solo da Lícia. As emanações permanentes de gases emitem metano, que se inflama.
Uma leitura racional, feita por Plutarco, afirmava que na verdade Belerofonte seria um príncipe da Lícia e que o monstro era um capitão pirata chamado Quimarros. Ele teria causado muitas perdas aos lícios e o navio dele tinha na proa a figura de um leão e na popa a de um dragão.
Marly Peres