Você está visualizando atualmente Falando de amor

Falando de amor

Tom Jobim cantando “Falando de amor”. “Alguma coisa que chora, alguma coisa que sente saudade”, nos ensinou para sempre Vinícius de Moraes.

“Aquela música brasileira que ri e que chora”, disse o Maestro.

Frases para sempre gravadas no mármore do tempo.

Não, não se trata de nostalgia, ou de chorar o passado. Mesmo que seja verdade que foi no passado que ainda valorizávamos gente como Tom, Vinícius, Elis, Edu e outros. Lamartine, Ataulfo, Dolores, Antonio Maria, Ary, Nana, João.

Onde foi que nos perdemos ? Onde foi que nos esquecemos de nós mesmos e deixamos de ser nós mesmos ? Pobre país em minúsculas. Muito holofote e pouca qualidade. Muita mídia. Pobre país perdido de si mesmo. Pobre país sem amor por si mesmo.

Falamos de amor da boca para fora. Somos alegres e felizes da boca para fora. Já não sabemos diferenciar alegria de auê, felicidade de bem-estar, popular de polularesco, simples de simplório, normal de comum.

Porque para fazer essas diferenciações é preciso cultura. E cultura passou a ser palavrão, em nome do “simples”, do “popular”, coisa de “elite”. Como se Tom Jobim não fosse popular, simples e incomparavelmente belo. Além de humano e musical num quilate único.

Marly N Peres